17 de dezembro de 2012

o Vazio no Festival Fora do Eixo 2012

Rapaziada, aqui temos algumas fotos tiradas na última sexta, dia 14 de dezembro.
O Palco Serra Elétrica foi muito bom do início até o fim. Todas as bandas arrebentaram e, apesar da chuva forte, o público também não decepcionou. Hell Oh começou a noite, em seguida veio Folks, depois nós tocamos e a Autoramas fechou em grande estilo. Quem foi assistir não se arrependeu e não vai esquecer desta noite tão cedo. Quem não foi... Fica pra próxima!!!

















 














16 de dezembro de 2012

Em três acordes



 “A TAZ é uma espécie de rebelião que não confronta o Estado diretamente, uma operação de guerrilha que libera uma área (de terra, de tempo, de imaginação) e se dissolve para se re-fazer em outro lugar e outro momento, antes que o Estado possa esmagá-la. Uma vez que o Estado se preocupa primordialmente com a simulação, e não com a substância, a TAZ pode, em relativa paz e por um bom tempo, "ocupar" clandestinamente essas áreas e realizar seus propósitos festivos.” (cap. II)
– Hakim Bey; “TAZ – Zona Autônoma Temporária”

Quando os moleques brancos começaram a se esgueirar pelos bares dos negros atrás daquela música que contrariava tudo aquilo que sua sociedade pregava e impunha, quando as canções passaram a ser motivo para repressão violenta, exílios e mortes, quando os adolescentes descobrem que podem sentir-se vivos e que podem construir a si mesmos, quando os sons tornam-se tão tangíveis quanto a própria realidade e alcançam o cerne do ser... Bem, nesses momentos o rock é uma TAZ. O rock é um levante.
Mas o rock também é fake. O rock também se tornou instrumento de exercer a vaidade, de exercer a frustração, de causar a sádica satisfação do hedonismo egoísta, ele sempre foi banalizado e vendido como entorpecente e como estereótipo. Essa baboseira narcisista de embalagens brilhantes não é um levante. 
O rock só levante por poucos momentos, de tempos em tempos. O rock só alcança seu enorme poder de operar o levante quando ele opera onde os olhos não podem ver. O levante só pode ser visto depois que já aconteceu. Do contrário, ele acaba antes de começar.
Há pequenos momentos de liberdade absoluta escondidos debaixo do nariz do carcereiro.
Bem entre as grades da prisão.
Em três acordes.

O poder de unir o sentimento de todos num único sentimento coletivo, de desfazer a realidade e mostrar que pra ter outras realidades basta saber ter outros olhares.

O rock não é o único caminho para este levante da alma contra o eu-artifício-sintético que a aprisiona.
Há tantos caminhos quanto há passos e quanto há pessoas caminhando.
Mesmo assim, aqueles que temem o rock sabem que devem temê-lo mesmo. Pois quando ele acontece de maneira verdadeira ele ameaça tudo aquilo que não tem em si uma essência feita de paixão.
Ele ri das máscaras que inventamos para nos assustar. Ele desdenha de tudo o que nos parece seguro.
O rock é a personificação que o século XX criou para o inconformismo.
Que se danem os acomodados do rock, que o tratam como bolsas numa butique. O rock não deve ser correto e nem bonito. Ele deve ser apaixonado. O levante é paixão e catarse. A glória é a busca dos fracos. Dos vaidosos narcisos afogados em seus egos.
A busca dos fortes é somente por paixão. Por intensidade e por reforma. Uma busca que não está no que sai da boca e sim no que entra pelos ouvidos e alcança o espírito.
Em três acordes, às vezes.

Se você acha isso tudo baboseira... Que seja. Você merece. Não sabe o que está perdendo.

12 de dezembro de 2012

Distribuição de CDs no Festival Fora do Eixo 2012


Na próxima sexta feira, 14/12/12, faremos uma apresentação no Festival Fora do Eixo 2012 - Palco Serra Elétrica. Para os presentes ao evento, vamos distribuir 05 CDs. São cópias do EP da nossa banda, chamado "TODO CAMINHO É SÓ DE IDA".
Logo após a primeira música ter sido tocada no show, será pedido ao microfone que os interessados em ganhar o CD se apresentem à frente do palco. As 05 primeiras pessoas que souberem a letra da música que dá nome ao disco inteira, levam um CD. Não é preciso cantar a música, basta dizer a letra inteira ao vocalista da banda. Não vale ler. A pessoa deve decorar a letra.
Neste blog há uma cola. Podem olhar à vontade. Também dá pra ouvir a música.
No CD, além das quatro músicas que compõem o álbum, há um encarte virtual que pode ser aberto em qualquer computador, contendo fotos, vídeos e um monte de outros materiais. Quem vai topar?
  

8 de dezembro de 2012

Palco Serra Elétrica!


A edição 2012 do Festival Fora do Eixo na serra será no Caledônia 746, no dia 14/12, sexta feira próxima, a partir das 22h. Ingressos à venda no 746 Botequim Itaipava (Rua Monte Líbano, 34), no Rock Point (Praça Getúlio Vargas, 106 S/L 11) e no J King (Av. Alberto Braune, 102, Sobrado).
Inteira: R$ 20,00
Inteira Promocional (até 13/12): R$ 15,00
*Meia: R$ 10,00
* Meia entrada para: 1) Menores de 21 anos; 2) Estudantes; 3) maiores de 60 anos; 4) Deficientes físicos; 5) Professores; 6) Funcionários públicos.

Importante: Galera, o Bruno Eller, nosso baixista está tentando organizar um transporte coletivo pra levar e trazer a rapaziada no dia 14. Os interessados devem entrar em contato pelo link: Transporte Coletivo 14.12.12

5 de dezembro de 2012

Agora sim: Festival Fora do Eixo 2012. Arrebentando!



FESTIVAL FORA DO EIXO 2012 – PALCO SERRA ELÉTRICA
Este mês, Nova Friburgo ganhará sua terceira edição do Festival Fora do Eixo, também realizado em diversos estados brasileiros, fazendo circular bandas de grande expressão no cenário musical independente. A realização do festival em Nova Friburgo será no dia 14/12/2012, a partir das 22:00h. Essa data é estratégica já que a edição carioca e a edição de Niterói do Festival Fora do Eixo serão realizadas em dias próximos e isso facilitará a vinda de bandas de grande expressão até internacionalmente, que demonstraram grande interesse em tocar em nossa edição do festival. Além disso, os produtores da edição carioca farão a divulgação incluindo o festival de Nova Friburgo no release por eles encaminhado para a imprensa da capital fluminense. O festival acontecerá no espaço do Caledônia 746, no bairro Cascatinha, cuja estrutura e localização nos parecem ideais para a realização do evento.
O Festival Fora do Eixo em Nova Friburgo é um projeto promovido (em parceria com o coletivo Ponte Plural - RJ) pelo coletivo Serra Elétrica, uma rede de trabalhos colaborativa pautada pelos princípios da Economia Criativa, formada por produtores e artistas independentes da região serrana, que tem como objetivo promover trabalhos autorais e movimentar culturalmente a região, criando através do intercâmbio com artistas e produtores de outras localidades do estado e do país uma rede de circulação de música independente capaz de dar vazão à produção artística e de agregar valores a todos os parceiros desta rede. O coletivo Serra Elétrica está inserido no Circuito Fora do Eixo, uma rede formada por produtores culturais e artistas espalhados por todo o país. A rede visa estimular a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos culturais nesta rota, hoje com muitos pontos em todo o Brasil e em mais 15 países. Com a realização deste evento, consolidamos cada vez mais a região serrana do estado do Rio de Janeiro como ponto importante de circulação dentro de uma rede nacional de circulação de música independente, fomentando a troca de experiências e intercâmbio cultural, bem como trazendo circulação de recursos artísticos, técnicos e financeiros.
O Festival Fora do Eixo de Nova Friburgo contará com duas bandas locais: o conjunto chamado O Vazio, banda tida como referência na cena de rock and roll independente em Nova Friburgo e região, bem como a banda iniciante Hell OH. Além disso, teremos duas bandas convidadas: a grande promessa do rock carioca, chamada Folks, e a já consagrada internacionalmente Autoramas (ambas da cidade do Rio de Janeiro), uma forma de dar novas atrações ao público e criar o intercâmbio dos artistas da região com os de outras localidades.
A entrada custa R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
Mais informações no blog do coletivo Serra Elétrica (coletivoserraeletrica.blogspot.com) ou pelo site do festival: http://festival.foradoeixo.org.br 

30 de novembro de 2012

Fora do eixo. Mas dentro do circuito!



Em dezembro, o palco rock do Festival Fora do Eixo é na serra. Todos os piratas, bucaneiros, flibusteiros e corsários: Preparar para abordagem!!! Não fazer prisioneiros!! 

23 de novembro de 2012

Uma banda de rock.



Somos uma banda de rock. 
Por mim, bastaria como descrição. Mas, hoje em dia não se acredita muito nisso. 
Citando dois caras que já morreram: 
Dizia Raul Seixas – que viveu estas palavras –, que rock é um jeito de pensar, de andar, de agir, de fazer e viver música, uma forma particular e, ao mesmo tempo, universal de amar, de odiar, de sentir o doce e o amargo, de ficar triste e de experimentar o êxtase, um jeito de ser imortal e de ser efêmero de uma só vez, de viver no inferno e encontrar o paraíso, de errar, de acertar, de ser, de estar, de morrer... enfim, rock é um jeito de estar vivo.
Já o velho alemão pirado tinha nos proposto há mais de cem anos que a música é o grande catalisador das experiências de transcendência do existir banal e cotidiano para sentir de maneira profunda uma realidade essencialmente estética, una e atemporal. A vida sem ela é um erro. Estou falando de catarses coletivas, epifanias, êxtases fantásticos e esse tipo de coisa, saca? Rock é isso, cara.
A impressão que tenho é de que não se acredita muito nisso nos nossos tempos. Não estou dizendo que todos estão errados, veja bem; nunca descarto a possibilidade de estar eu mesmo errado, pois creio radicalmente na ideia de que não há nada cem por cento garantido. Explico em paródia a um trecho bíblico:
“E conhecereis a dúvida. E ela vos libertará.”
De qualquer forma, percebo hoje uma superficialização muito grande de tudo. Tudo é só do lado de fora. Mas não vou nem entrar muito nesse mérito. Na verdade, não adianta ficar resmungando e se lamuriando. Sou mais de pensar nas soluções em vez de pensar nos problemas.
Só queria que quando eu disser “somos uma banda de rock” você entenda que é disso tudo que eu estou falando. Isso tudo é o que significam estas palavras quando vêm da minha boca.

Pois é o que somos: uma banda de rock.

18 de novembro de 2012

Todo caminho é só de ida...


Banda: o Vazio
Música: Todo caminho é só de ida
Autor: Mandur/Trindade/o Vazio
Álbum: EP Todo caminho é só de ida
Ano: 2012

Atenção videomakers e curiosos em geral: Estamos lançando o projeto audiovisual "Todo caminho é só de ida". É muito simples: Primeiro, você baixa a música, clicando neste link: Todo caminho é só de ida.mp3.
Em seguida, é só fazer um vídeo temático para ela usando quaisquer idéias que surgirem na sua cabeça. Quando o vídeo ficar pronto, você posta ele no youtube e manda o link pra gente clicando aqui.
Vamos postar os 05 vídeos mais legais no nosso blog e os seus autores ganharão uma cópia do nosso EP, "Todo caminho é só de ida", que contém 04 músicas e um encarte multimídia. Além disso, os autores destes vídeos serão convidados para assistir uma apresentação da banda gratuitamente.

Alguém se habilita?

14 de novembro de 2012

Medley: O Eu / Pesada Mente





O Eu
(Nando Black/o Vazio)

O EU...
Quem é esse cara?
Tão concreto em teoria, tão abstrato na prática...
Quem é esse cara?
O EU é quem dobra as esquinas e segue as calçadas,
Quando olho se esquiva, se vejo, não é nada.
Mas está nas esquinas seguindo as calçadas!
Quem é esse cara?
Tão concreto em teoria, tão abstrato na prática...
Quem é esse cara?
Nós já inventamos milhares de palavras
Para desculpar nossas mentiras
E as nossas verdades...
Não quero espelhos de vis vaidades!
Quem é esse cara?
Tão concreto em teoria, tão abstrato na prática...
Quem é esse cara?
Arquivei meu futuro, queimei meu passado.
Larguei meu emprego, mergulhei no lago
E resgatei meu espírito que estava afogado!
Quem é esse cara?
Quem é esse cara?
Quem é esse cara?
O EU...


Pesada Mente
(o Vazio)

Cai em si.
Pesadamente.
E isso o faz sentir leve.
Cai em si.
Violentamente.
E isso o faz sentir livre...
De repente, aprendeu a dizer sem falar.
E sentiu alguma coisa mudar...
Cai em si.
Pesadamente.
E isso o faz sentir leve.
Cai em si.
Violentamente.
E isso o faz sentir livre...
De repente, aprendeu a dizer sem falar.
E sentiu alguma coisa mudar...
Sorrindo, sem palavras,
Desmente um destino já escrito.
Desafiando com silêncio
Um mundo feito de gritos...
Desafiando com silêncio
Um mundo só de gritos...
Desafiando com silêncio
Um mundo só de gritos...

18 de outubro de 2012

Santo de Casa Faz Milagre!!!


Rapaziada, neste domingo, dia 21/10/12, vamos tocar ao vivo com o Gnose, na praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo. É o lançamento de um projeto da Secretaria de Cultura, chamado "Santo de Casa" e que tem por objetivo dar espaço para as bandas da cidade e da região mensalmente. Tudo de graça. A partir das 16:00h, perto do coreto. As bandas que quiserem participar de futuras edições do projeto devem entrar em contato com a Secretaria de Cultura, na pessoa do Fabrício, que é o responsável por este projeto e encaminhar a ele release, demo, rider técnico e mapa de palco da banda. A Secretaria fica no prédio do antigo fórum, na praça Getúlio Vargas, n°89. Todos estão convidados. Apareçam!

10 de outubro de 2012

Quem tá no rock é pra isso! parte 7


Nossa campanha de financiamento coletivo (pelo site catarse.me) findou-se no dia 20 de setembro. Infelizmente para nós, ela fracassou. Agradecemos aos que colaboraram e acreditaram na idéia, mas estamos oficialmente comunicando que não há mais captação acontecendo pelo site catarse.me
O que fazer? Quem tá no rock é pra isso...
Ainda assim, não desistimos de realizar a gravação e lançamento do álbum. Já estamos buscando outros meios. Por enquanto, nos concentraremos em fazer mais apresentações e nos reunir com algumas pessoas.
Temos ainda algumas cartas na manga. Podem esperar, que desse mato sai coelho.
Quem tá no rock é pra isso... e muito mais!

4 de setembro de 2012

Quem tá no rock é pra isso! Parte 6


A campanha está chegando ao fim, mas ainda falta um bocado. 
Temos cotas que vão de R$ 10,00 a R$ 500,00. Um monte de contrapartidas.
E aí? Quer participar?

A campo

30 de agosto de 2012

Quem tá no Rock é pra Isso! parte 5



A campanha vai até 20/09! Vamos lá rapaziada!! Custa pouco e o ganho é bacana!! Vai no catarse.me!
Ficar falando mal é fácil! Tá na hora de mostrar porque a gente não precisa mais das grandes gravadoras!
Hora de se mexer! Tá com medo? Então corre pra mamãe!

25 de agosto de 2012

Quem tá no rock é pra isso - parte 4

Quem entrar com R$ 10,00 leva o ingresso par um grande show de lançamento do disco! Com R$ 20,00 leva o ingresso e ainda leva o CD... Com R$ 50,00, além do ingresso e do CD ainda tem um monte de brindes... Vai lá no catarse.me! Ou cê vai ficar dando mole? Sua presença ou sua ausência neste evento será pra sempre. O que você vai querer? E tem mais coisa vindo... Façam suas apostas.

13 de agosto de 2012

o Vazio ao Vivo: 23/08/2012


Em virtude do mau tempo em Nova Friburgo, adiaremos a apresentação que seria no dia 16/08 para a semana seguinte, dia 23/08/12, às 20:00h, no mesmo local: A Praça do Suspiro. Esta decisão tem como finalidade preservar o equipamento a nós confiado e garantir a diversão do público. O show será gratuito e contará com apoio de diversos profissionais e empresários locais, além das secretarias municipais de Turismo e de Cultura, embora seja um evento independente, idealizado e realizado pela banda. Todo mundo está convidado. O EP "Todo caminho é só de ida" estará à venda por R$ 5,00.
Este show é mais uma das ações que fazem parte da campanha de financiamento coletivo para gravação, produção e lançamento do novo álbum do conjunto, chamado QUEM TÁ NO ROCK É PRA ISSO. O projeto prevê ainda um grande show de lançamento do disco para o início de 2013, exclusivo para os colaboradores da campanha.
Para participar é fácil: basta acessar catarse.me e procurar pelo nome do disco. Há cotas de colaboração entre R$ 10,00 e R$ 500,00, com muitas contrapartidas que vão de ingressos com e sem camarote para o grande show de lançamento a CD´s, camisas, adesivos, festas VIP e muito mais... Rock and roll de gente grande... Se não aguenta, corre pra mamãe!

Quem tá no rock é pra isso - parte III

Quem entrar com R$ 10,00 leva o ingresso par um grande show de lançamento do disco! Com R$ 20,00 leva o ingresso e ainda leva o CD... Vai lá no catarse.me! Ou cê vai ficar dando mole? Sua presença ou sua ausência neste evento será pra sempre. O que você vai querer?
E tem mais coisa vindo... Nesta quinta, dia 16 vamos ter outro show gratuito em prol da campanha. Às 20:00h. É em Nova Friburgo, mas vocês adivinham o lugar? Façam suas apostas.

5 de agosto de 2012

Quem tá no rock é pra isso - parte II

Mais imagens do dia 13 de julho... Vamos lá, rapaziada! A campanha só começou! Tem cotas que variam de R$ 10,00 a R$ 500,00 e contrapartidas muito legais pelo site catarse.me. Se não aguenta o Rock, corre pra mamãe!

31 de julho de 2012

Quem tá no rock é pra isso!

A campanha segue em frente. Imagens do show do dia 13 de julho, na Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo...

15 de julho de 2012

Já começou...

A campanha pra gravar o álbum "Quem tá no Rock é pra Isso!" começou. No dia 13 de julho de 2012, dia mundial do rock, o conjunto fez uma apresentação bombástica na praça Getúlio Vargas, bem no centro de Nova Friburgo. Em breve estaremos divulgando vídeos desta apresentação histórica.
Juntamente com o show, foi lançado o primeiro vídeo da campanha de financiamento coletivo. É esse que trazemos aqui para vocês.
A previsão é que as contribuições pelo site catarse.me já possam ser feitas esta semana.
O circo começa a pegar fogo e os artistas estão às gargalhadas. Isso é só o começo...

17 de janeiro de 2012

Desconhecidos S/A




Seqüência 1 – interna – entardecer – Padaria
O primeiro homem entra apressado na padaria. Está descabelado, desarrumado, suando e com o olhar baixo. Ele entra sem olhar à volta. Caminha apressado e senta-se à mesa no fundo. Ele é um homem jovem, forte, parece um operário: macacão, camisa branca, roupas sujas, de quem estava no batente. Há um corte.

Seqüência 2 – interna – entardecer – Padaria
O segundo homem entra. Está calmo, porém, demonstra desapontamento; está arqueado, como quem carrega um grande peso. Mas, ao contrário do anterior, não está descabelado, nem inquieto; está simplesmente desanimado. Também entra com o olhar baixo. Senta-se à mesma mesa do primeiro, cumprimenta o que já está sentado, sem lhe olhar nos olhos e sem palavras. É um homem já velho, de aparência cansada, também pobre, mas vestido como um homem de escritório; terno surrado, calças gastas, sapato de solas gastas. Há um corte.

Seqüência 3 – interna – entardecer – Padaria
O terceiro homem entra. Ele parece flutuar, está despreocupado, sorridente. Está bem vestido, um pouco suado, um pouco amarrotado, mas calmo. Faz movimentos leves, calmos e quase bailantes. Ainda assim, também entra sem olhar à sua volta, como se estivesse alienado de tudo, indiferente, como os outros anteriores a ele. Senta-se graciosamente à mesa com os outros dois, cumprimenta-os sem olhar e sem falar. Um homem jovem, pobre e bem apessoado. Usa roupas informais, baratas, mas novas. Está arrumado, por assim dizer, mesmo sem luxo. Há um corte.
Seqüência 4 – interna – entardecer – Padaria
Os três demonstram ter intimidade, uns com os outros – Como velhos amigos. Seus movimentos (apesar das diferenças de humor) são, de alguma forma, feitos como se estivessem à vontade entre si, mesmo que não estejam à vontade com suas próprias vidas – no caso dos dois primeiros. Um intervalo de pouquíssimos segundos separa a chegada de cada um. Quando estão os três sentados à mesa, conversam.

Primeiro Homem: “Hoje foi difícil pra mim.”

Segundo Homem: “Hoje eu fui despedido.”

Terceiro Homem: “Hoje eu comi aquela secretária gostosa do departamento pessoal.”

Há um corte.

Seqüência 5 – interna – entardecer – Padaria
Eles conversam normalmente; cada um expressando muito efusivamente seu estado de espírito. Não se olham, estão olhando, com olhares vazios, para o entorno. Nenhum deles “atropela” os outros para falar, falam um de cada vez. Mas na verdade, nem ouvem o que os outros estão dizendo; concentram-se em suas próprias frases; falam de seus próprios assuntos. Estão, na verdade, monologando em conjunto.

Primeiro Homem: “Meu cabo de segurança arrebentou. Putz! Deus me livre! Fiquei pendurado por quase trinta minutos segurando num parapeito, até me tirarem... Quase morri! Meus braços estão latejando até agora! Tou até tremendo! Vocês sabem como é o prédio da firma – e como o nosso patrão trata bem os limpadores de janela...”

Segundo Homem: “O chefe do meu departamento estava de ovo virado. Acho que a piranha da mulher dele fica dando pra um monte de caras e dorme de calça jeans quando está com ele, saca? O cretino chegou, olhou pra minha cara, perguntou meu nome e disse que eu estava demitido! Vê se pode? Uma injustiça. E agora? Como vou poder pagar as contas? A patroa vai ficar puta, lá em casa... Deus, eu estou cansado de ficar me ferrando de graça...”

Terceiro Homem:Deus do céu! Que rabo lindo que aquela mulher tem! Eu achava que ela nunca ia dar papo pra um faxineiro, feito eu. Ela trepa com o presidente da firma! O patrão! E é uma gostosa! Sabem, aquela do departamento pessoal...? Que rabo! Que rabo!”

Há um corte.

Seqüência 6 – interna – entardecer – Padaria
O garçom se aproxima no meio da “conversa”. Espera que eles terminem de falar, parado, imóvel, bem formal e oferece o cardápio, sem dizer nada. Eles negam o cardápio com as mãos, levantando-as meio desalentadas e falam:

Primeiro Homem:Eu vou querer um café.”

Segundo Homem: “Ahnn... Eu não. Vou querer só um café.”

Garçom (dizendo ao Terceiro): “O senhor...?”

Terceiro Homem: “Não, não. Traz só um café pra mim, por favor.”

O garçom age com naturalidade em relação à conversa; na verdade, ele também está alheio, agindo mecanicamente, alienado. Durante o “papo”, nenhum dos quatro personagens olha nos olhos de qualquer dos outros; um olha pra baixo, para o caderno de notas; está imóvel como uma estátua, exceto pelo movimento da caneta sobre o papel (o garçom); um olha para seus braços, que não param de tremer, meio ofegante, se mexe muito abre e fecha os olhos, passa as mãos pelo rosto incessantemente (o primeiro); outro olha para a rua lá fora, está com um olhar perdido, sua melancolia o torna imóvel e sombrio como um morto, é a imagem do desânimo (o segundo) e o último olha para o espelho na parede da padaria, ajeitando a camisa, o cabelo, as sobrancelhas e o sorriso... Mas calmamente, está se admirando. Nenhum deles presta atenção a nada senão a si mesmos. O garçom sai para buscar os pedidos. Há um corte.

Seqüência 7 – interna – entardecer – Padaria
Os três homens continuam conversando, da mesma forma que antes, em sua alienação. Com seus trejeitos. Com suas próprias ações e falas, fechados e solitários. Não se olham, como descrito anteriormente.

Primeiro Homem: “Cara, foi foda escalar os dois últimos andares. Teve uma hora que o parapeito rachou e eu achei que ia morrer... Foi muito horrível. Nunca senti tanto medo! Quase me borrei todo!”

Segundo Homem: “Bem, eu estava um pouquinho atrasado... Mas, porra, cinco minutos! Que foda! O que são vinte minutos? Só comigo, mesmo. E eu sempre chego na hora! Logo hoje o cara tinha que encrencar! Eu sou um fracasso. Horrível! É muito azar pra um cara só. Deus me livre...”

Terceiro Homem: “Ah, pena que a gente só tem uma hora de almoço, não é? Eu poderia ficar comendo aquela mulher por uma semana seguida, sem parar!! Que rabo maravilhoso! Que foda maravilhosa! Acho que vou tentar carregar a gata pro motel no fim de semana... Que o meu apê ta horrível. Vai ser muito bom se eu conseguir... Ah... Que rabo! Que rabo...”

Há um corte.

Seqüência 8 – interna – entardecer – Padaria
O garçom chega, serve três xícaras de café preto, faz uma leve reverência com a cabeça e sai. Sempre muito formal e sem olhar senão para a bandeja e a mesa. Cada um leva a sua xícara à boca, automaticamente, sem nem perceber, continuam como autistas. Nem mesmo parecem perceber que estão bebendo alguma coisa. Nunca olham uns aos outros; olham sempre para o que fazem.

Primeiro Homem: “Sabem, acho que eu vou deixar este emprego. É muito perigoso!!”

Segundo Homem: “É, você disse bem. Eu Já queria deixar este emprego mesmo... Mas é perigoso ficar desempregado na minha idade...”

Terceiro Homem: “Vocês estão certíssimos, têm razão. Eu não vou mais comer aquela gostosa no emprego... Já pensou como é perigoso? Se o presidente, que trepa com ela, pegar a gente na sala do almoxarifado? Nem quero pensar...”

Finalmente, eles se olham. Os três sorriem placidamente. Estão com uma expressão de alívio. Viram o café goela abaixo, de uma vez só, quase ao mesmo tempo, apertam as mãos uns dos outros e sorriem novamente. Ainda assim, seus movimentos são mecânicos, meio formais demais. Continuam indiferentes ao resto do ambiente.

Primeiro Homem: “Sabem o que eu gosto em vocês? Vocês sempre me ouvem, me apóiam e me aconselham... Pelo menos este trabalho valeu pra conhecer vocês! Verdadeiros amigos!”

Segundo Homem: “Eu estou muito agradecido por vocês ficarem me ouvindo lamentar... Amigos assim, não se vê mais. E pensar que antes de vocês entrarem pra esse trabalho, eu era um solitário, triste... Nos conhecemos lá. Vocês lembram? Ainda bem que o elevador quebrou...”

Terceiro Homem: “Rapaziada, se não fosse por vocês eu podia me ferrar! Ainda bem que eu tenho vocês pra me abrir os olhos! Estou no trabalho a pouco tempo, mas já sei que valeu à pena; Eu conheci vocês, meus melhores amigos, e ainda comi aquela gostosa! Vocês não devem nem lembrar de quando ficamos presos no elevador, um ano atrás...”

Há um corte.


Seqüência 9 – interna – noite – Padaria
Eles se levantam, cada um pega suas coisas. Vão até o caixa, cada um com sua notinha na mão, procurando moedas em seus bolsos. Cada um paga sua conta e saem do recinto. Há um corte.

Seqüência 10 – externa – noite – Rua em frente à Padaria.
Os três homens olham-se de novo, enquanto estão parados em frente à padaria, mas agora desatentos, mecanicamente, e despedem-se com apertos de mão. Há um corte. O primeiro vai até o ponto de ônibus (ao lado) e toma condução num desses coletivos, que logo passa. Há um corte. O segundo caminha até um carro velho e surrado, entra, dá a partida e vai embora. Há um corte. O terceiro, pega uma moto simples, no canto da rua, monta na moto, põe o capacete e segue seu caminho. Os três voltam à sua indiferença catatônica, ao olhar perdido, à expressão vívida de seus estados de espírito iniciais, em expressões faciais, em gestos, em suspiros. Há um corte.

Seqüência 11 – externa – noite – rua em frente ao prédio
O terceiro homem chega num prédio velho, numa área proletária da cidade. Pára sua moto ao lado, põe a tranca, tira o capacete e entra no prédio. Há um corte.

Seqüência 12 – interna – noite – prédio do personagem
O Terceiro homem sobe a escada e entra no apartamento 201. Ao abrir a porta, ele diz pra si mesmo:
Terceiro Homem: “Que merda. Moro nesse pardieiro há sete anos! Não dá pra trazer uma mulher daquelas aqui... Preciso mudar...”

Entra e fecha a porta, balançando a cabeça. Há um corte.

Seqüência 13 – externa – noite – rua em frente ao prédio
O Segundo homem chega com seu carro em frente ao mesmo prédio do terceiro. Estaciona ao lado da moto. Sai do carro, caminha até o prédio e entra. Há um corte.

Seqüência 14 – interna – noite – prédio do personagem
O Segundo homem sobe as escadas e fica em frente ao apartamento 202. Diz a si mesmo:

Segundo Homem: “Como eu vou dizer pra ela? Ela já me enche o saco pra mudar daqui há uns cinco anos, mas meu salário não dava. E agora? Nem salário eu tenho mais...”

Ele abre a porta com um suspiro, baixa a cabeça e entra. Há um corte.

Seqüência 15 – externa – noite – rua em frente ao prédio
O Primeiro homem salta do ônibus, uma quadra à frente do mesmo prédio. Anda quase se arrastando até o edifício e entra. Há um corte.

Seqüência 16 – interna – noite – prédio do personagem
O primeiro homem sobe as escadas. Ao entrar no corredor do segundo andar, fala sozinho:

Primeiro Homem: “E pensar que quando aluguei este kitinete, quatro anos atrás, eu queria um no décimo andar... Eu não quero saber de altura nunca mais...”

Caminha até o 203, abre a porta sorrindo de leve, entra e fecha a porta atrás de si. Há um corte.


§§§
   
 *um roteiro de João Leonardo de Almeida

9 de janeiro de 2012

MARTELADA JAM SESSION!!! TRAGA SEU INSTRUMENTO!


Inauguramos a MARTELADA JAM SESSION em abril de 2011. De lá pra cá ela foi garantia de bons encontros musicais, que representam um bom programa para o terceiro sábado de cada mês. A cada edição o evento cresceu musicalmente e ganhou maior repercussão. Fechamos o ano de 2011 com a certeza de que o processo de desenvolvimento deste evento estava caminhando. Assim, neste primeiro mês de 2012, estamos de volta com a corda toda, programando uma série de novidades. A entrada será cobrada já no portão da varanda, de modo que o evento englobará todo o espaço e a entrada dará direito aos shows, à exposição de artes plásticas que será inaugurada no evento, ao cyber café “V de Vegans”, etc. Programamos para a primeira edição uma venda especial de pizzas (em homenagem à política municipal). Pra acompanhar a pizza, haverá venda de cervejas, além das receitas vegan do café.

Na parte musical também teremos novidades: Às 19:00h, iniciamos a Jam (como show de abertura) com a banda residente MARTELADA JAM (agora com nova formação: bateria, baixo, duas guitarras de 7 cordas e órgão) recebendo seus próprios convidados para improvisar, na sala de exposição ao lado do teatro, onde há o piano do ECSPS. Às 20:00h, no teatro, teremos o show de lançamento do CD "TEMPOS" do cantor/compositor e violonista Humberto Assunção (voz e violão folk), acompanhado por Ruben Amoêdo (violão de nylon) e Ruan (Cajon). Quanto ao repertório deste show, serão executadas as músicas do CD e também musicas de Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Djavan, Danilo Caymmi, Flavio Venturini,  Claudio Zolli... Às 21:30, faremos a parte final da Jam, misturando a banda residente, os músicos da platéia e Humberto Assunção com sua banda.

E o melhor: Especialmente este mês, a entrada vai ser de R$ 5,00. Quase de graça. Essa é uma produção independente da Insaciável Martelo Produções e do Coletivo Serra Elétrica, em parceria com o ECSPS. Músicos que aparecerem por lá com seu instrumento na mão não pagam entrada.

A oitava edição do evento, primeira edição de 2012 da MARTELADA JAM SESSION, acontecerá no dia 21 de janeiro, no Espaço Cultural São Pedro da Serra (ECSPS), que fica na Rua Rodrigues Alves, 237, São Pedro da Serra, Nova Friburgo – RJ. Informações: (22) 2542 3365 ou no site: http://educari-ong.org

* Texto publicado originalmente no blog do Coletivo Serra Elétrica (coletivoserraeletrica.blogspot.com)