27 de janeiro de 2013

PROPOSTAS INDECOROSAS



Uma Proposta Indecorosa
O Sujeito chegou ao ponto de taxi em Copacabana. O taxista, prontamente, veio atendê-lo.
“Pois não, senhor, em que posso ajudá-lo?”
“Eu preciso que você me leve até Bangu.”
“Claro, pode entrar, senhor.”
O taxista abriu a porta gentilmente e o Sujeito entrou, acomodando-se no banco de trás. Quando o taxista sentou-se ao banco do motorista, foi interpelado novamente por seu passageiro.
“Amigo, só tem um detalhe: Eu não tenho dinheiro.”
“Como assim?!”
O taxista espantou-se e quase deu um pulo.
“Olha, sem dinheiro não dá. Se não pode pagar, cai fora!”
“Veja bem, amigo, eu conheço muita gente. Vamos fazer o seguinte: Você me leva e eu conto pra todo mundo que você é muito bom motorista. Vai estar divulgando o seu trabalho!!”
O taxista levantou-se, abriu a porta dos passageiros, pegou o sujeito pela gola e colocou para fora do carro, jogando-o na calçada. Fechou a porta e voltou ao banco de espera do ponto de taxi.
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Mais Uma Proposta Indecorosa
O Sujeito entrou no supermercado. Com uma listinha nas mãos, foi enchendo o carrinho com diversos produtos. Arroz, feijão, legumes, frutas, massas, congelados... Era sua compra para o mês. Depois de pegar todos os itens de sua lista, encaminhou-se para o caixa.
A fila era longa. Esperou pacientemente.
Quando chegou a sua vez de ser atendido, colocou de maneira organizada e rápida tudo o que comprava sobre o balcão. A atendente do caixa foi registrando a compra normalmente. Quando ela acabou, disse:
“São R$ 450,00. É dinheiro ou cartão?”
“Na verdade, moça, eu não tenho dinheiro.”
“Então é cartão?”
“Não moça, vamos fazer o seguinte: Eu conheço muita gente aqui no bairro. Você deixa eu levar as compras e eu falo pra todo mundo que este é o melhor supermercado da área. Vai estar divulgando o seu trabalho!!”
A atendente do caixa olhou fixamente para o Sujeito.
“É pegadinha? Cadê a câmera?”
“Não, não, estou falando sério. Não quer divulgar o seu trabalho?”
A atendente chamou o segurança.
“Mário, bota esse cara pra fora. Chama o Zé pra colocar estas coisas na prateleira de novo. É cada uma que me aparece...”
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Outra Proposta Indecorosa
O Sujeito chegou ao posto de gasolina. Parou diante da bomba e desligou o carro. O frentista veio atendê-lo.
“Boa tarde amigo. O que vai ser?”
“Bota R$ 50,00 de gasolina.”
“R$ 50,00 de gasolina? É pra já. Por favor, a sua chave, sim?”
“Mas tem uma coisa: Eu não tenho dinheiro.”
“Ih, patrão, pra passar cheque precisa fazer o cadastro.”
“Não, não, eu também não tenho cheque...”
“Infelizmente, não passamos cartão.”
“Olha só, irmão, vamos fazer o seguinte: Eu conheço muita gente. Você abastece pra mim que eu conto pra todo mundo que este posto é muito bom e confiável. Vai estar divulgando o seu trabalho!!”
“Escuta aqui, amigo, vai ficar curtindo com a minha cara?”
“Não, é sério!”
“Olha só, ou tu cai fora agora ou eu vou chamar a polícia!”
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Uma Última Proposta Indecorosa
O Sujeito é dono de uma casa noturna que faz música ao vivo. Ele está numa entrevista com um conjunto novo que tem intenção de apresentar-se lá.
“Então é isso. Vocês precisam trazer os equipamentos todos.”
“Mas você paga o transporte? E o aluguel do equipamento?”
“Não, isso é por conta da banda.”
“Tá. Mas vamos receber quanto de cachê?”
“Olha, eu não tenho dinheiro. Não pago cachê. Mas pensem bem: eu conheço muita gente. O meu bar tem muito público: Vocês vêm, se apresentam e vão estar divulgando o seu trabalho!!”
“Ok, mas vamos ter custos pra trazer o equipamento. Vamos ter de alugar o sistema, pagar um frete, o técnico... Sem falar da trabalheira!”
“Ora, se vocês quiserem ser famosos, têm de investir.”
“Investir? E as centenas de horas de estudo? E o custo das aulas de música? E as cordas que arrebentam? As baquetas que quebram? E as muitas horas de estúdio pagas para ensaio, para gravação, para mixagem...? Isso fora os instrumentos em si, que custam uma nota!”
“Garoto, o lance é o seguinte: Tem um monte de bandinhas por aí que venderiam a mãe pra tocar aqui. Estou fazendo um favor de abrir espaço pra vocês. Vocês sabem muito bem que não há tantos espaços assim...”
“Mas você vai cobrar R$ 30,00 pelo ingresso! Não podemos ficar com uma parte?”
“Cara, eu tenho custos pra abrir a casa...”
“Mas você já fica com o lucro do bar! Você vende cerveja pra caramba!”
“Mas tenho que pagar os funcionários, o estoque, a fiscalização, o alvará, aluguel, IPTU...”
“E os músicos?”
“Olha, se você não quer, cai fora que eu chamo outra banda.”
“Putz. Tá bom, então. A gente topa.”
“Tudo bem. Vocês têm que vender pelo menos 30 ingressos antecipados, senão vocês estão fora.”
“Porra! 30 ingressos?!”
“É. Você acha que eu vou correr o risco de abrir a casa para não ter público? Tá de brincadeira, xará?”
“Tudo bem. A gente vai se esforçar... Fazer o quê, né?”
“Ah, a divulgação também é por conta de vocês. Eu não tenho grana pra ficar desperdiçando com panfletos que as pessoas jogam no chão e nem com cartazes que elas rasgam...”
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O Vazio

o Vazio


Mais uma foto de Carol Loureiro...