29 de dezembro de 2013

Pessoas Velhas


Pessoas velhas.
Não porque idosas,
Pessoas velhas.
Com ideias tão velhas
Quanto elas próprias.
Com visão tão míope
Quanto é rasa sua existência.
Com vidas tão obtusas
Quanto seus desejos,
Ou as suas insatisfações,
Ou as suas lutas.
Pessoas velhas
São como capim velho;
Escondem cobras e lagartos.
São como comida velha;
Indigestas e entorpecentes.
Pessoas velhas com velhos vícios.
Cuidado ao tentar nos manobrar,
como fazem habitualmente com seu gado.
Eu lhes aviso: Há um cavalo xucro
Entre os habitantes da estrebaria.
Muito cuidado ao tentar montar.
Haverá sempre quem pule suas cercas
E ponha em agitação o rebanho.
Haverá sempre o xucro
Que não aceita as ordens do capataz,
Que não segue o cajado do pastor,
Que não se curva diante do chicote do domador.
E se acham que suas jaulas os protegerão,
Já lhes previno que há um equívoco.
A grade é firme e a porta está bem trancada.
Vocês têm a chave, é verdade,
Mas somos nós quem está do lado de fora da jaula.